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6 de agosto de 2017

SIMULADO 3

ESCOLA: ________________________
Prof.:____________________________
Nome: ___________________________


Leia o texto e, a seguir, responda as questões 1, 2, 3 e 4.

O palco Caldas Country além dos shows e águas quentes
Brenda de Souza Soares

Pessoas de todas as partes do Brasil lotam a minha cidade durante o ano inteiro. O lugar onde moro é um dos maiores centros turísticos do Centro-Oeste, devido às águas quentes e à infraestrutura de hotelaria. As reservas naturais de águas termais fomentam a economia e favorecem a realização de grandes eventos em Caldas Novas. Porém, esse contexto de entretenimento, alimentado por grandes shows do segmento sertanejo universitário, tem causado muitos problemas à população.
O transtorno se deve à festa mais aguardada por aqueles que já se tornaram visitantes assíduos: o Caldas Country. Com mais de 30 horas de música, o evento reúne cerca de 50.000 pessoas por dia, todas ligadas a um só gênero musical. Sua fama teve alcance além das fronteiras da música brasileira e alcançou Estados Unidos, Paraguai, Uruguai e Argentina, o que lhe rendeu o título de maior festival de música sertaneja do mundo.
Além de superlotar os diversos camarotes e pistas de dança, os turistas hedonistas se relaxam nas piscinas de águas quentes. Entretanto, deixam a sujeira, trabalho com carga horária abusiva e a tão temida falta de água: chegamos a ficar dias sem água nas torneiras, porque ela é direcionada para os clubes e parques aquáticos. Outros serviços, como coleta de lixo e limpeza das ruas, ficam comprometidos nos bairros periféricos, e, outro problema, ainda, a dificuldade de locomoção, ir ao banco, à farmácia ou ao mercado no centro da cidade, fica impossível, a cidade fica intransitável, o que de certo modo cerceia o nosso direito de ir e vir.
Levando em consideração a expectativa que muitos ainda têm em relação à nossa região, penso que devemos visar o que a nossa cidade ainda tem a oferecer aos demais. Somos conhecidos pela qualidade dos nossos eventos e acomodações, mas onde está essa qualidade quando o assunto é a vida da nossa população? É possível equilibrar as duas coisas, receber grandes eventos sem causar danos aos moradores?
Aponto que sim. Acredito que devemos discutir, talvez por meio de audiências públicas, os pontos negativos do Caldas Country e propor saídas que visem adequá-lo ao bem-estar social da população.
Ressalto que, no lugar onde vivo ocorrem problemas que não têm perspectiva de serem resolvidos a curto prazo, pois a maioria dos habitantes enfrenta essa realidade com resignação, onde os políticos não apresentam interesse em bastar essa problemática costumando defender as regalias minoritárias de hoteleiros e empresários. Se houver interesse da sociedade civil organizada e da administração pública, podemos buscar juntos, isto é, por um viés democrático, o equilíbrio entre o que se entende por nossa vocação turística e pela garantia dos direitos daqueles que aqui moram e fazem a cidade funcionar – não apenas nos dias de festas –, pois o palco maior, que é nossa cidade, não pode ser ofuscado pela espetacularização da indústria do entretenimento, que beneficia alguns grupos e ignora o bem-estar da população, que é um direito universal.
Disponível em:
blioteca/nossas-publicacoes/textos-dos-finalistas/artigo/2290/texto-dos-alunos-finalistas-de-2016>. Acesso em: 23 mar. 2017.

D7    Questão  01 ––––––––––––––––––––––––––
Qual é a tese defendida pela autora do texto?
  1. (A) As festas mais aguardadas pelos visitantes de Caldas Novas causam grandes transtornos na cidade.
  2. (B) As águas termais do lugar fomentam e favorecem a realização dos grandes eventos na cidade de Caldas Novas.
  3. (C) Os políticos defendem uma minoria de hoteleiros e empresários e por isso não lutam contra os problemas da cidade.
  4. (D) É possível com a ajuda de todos buscar o equilíbrio entre os grandes eventos na cidade de Caldas Novas e o bem-estar da população local.
  5. (E) O direcionamento da água para clubes e parques aquáticos, é uma das razões para a sujeira, trabalho com carga abusiva e falta de água na cidade.



D8    Questão  02 ––––––––––––––––––––––––––
Qual é o argumento que melhor sustenta a tese do texto?
  1. (A) Caldas Novas é um dos maiores centros turísticos do Centro-Oeste, devido às águas quentes e à infraestrutura de hotelaria.
  2. (B) Mas existe um contexto de entretenimento, alimentado por grandes shows do segmento sertanejo universitário, que causam muitos transtornos à população.
  3. (C) A cidade chegou à fama e conseguiu além das fronteiras da música brasileira, os Estados Unidos, Paraguai, Uruguai e Argentina, e foi reconhecida com o título de maior festival de música sertaneja do mundo.
  4. (D) Entretanto, não se preocupam com a sujeira, a carga horária de trabalho é abusiva e ocorre o medo da falta de água.
  5. (E) É preciso existir interesse da sociedade civil e da administração pública para buscar de forma democrática, os direitos e o equilíbrio entre o turismo e o bem-estar das pessoas que contribuem com o funcionamento da cidade, não apenas em dias de festa.


D14    Questão  03 ––––––––––––––––––––––––––
Em qual fragmento do texto está presente de forma predominante, uma opinião da autora?
  1. (A) “As reservas naturais de águas termais fomentam a economia e favorecem a realização de grandes eventos em Caldas Novas. ”
  2. (B) “Com mais de 30 horas de música, o evento reúne cerca de 50.000 pessoas por dia, todas ligadas a um só gênero musical. ”
  3. (C) “Sua fama teve alcance além das fronteiras da música brasileira e alcançou Estados Unidos, Paraguai, Uruguai e Argentina, o que lhe rendeu o título de maior festival de música sertaneja do mundo. ”
  4. (D) Outros serviços, como coleta de lixo e limpeza das ruas, ficam comprometidos nos bairros periféricos...”.
  5. (E) “Levando em consideração a expectativa que muitos ainda têm em relação à nossa região, penso que devemos visar o que a nossa cidade ainda tem a oferecer aos demais. ”





D11    Questão  04 ––––––––––––––––––––––––––
No trecho “Entretanto, deixam a sujeira, trabalho com carga horária abusiva e a tão temida falta de água: chegamos a ficar dias sem água nas torneiras, porque ela é direcionada para os clubes e parques aquáticos. ”, há uma relação, respectivamente, de
  1. (A) condição e adição.
  2. (B) concessão e causa.
  3. (C) consequência e causa.
  4. (D) finalidade e explicação.
  5. (E) proporção e consequência.


D20    Questão  05 ––––––––––––––––––––––––––
Leia os textos e, a seguir, responda.
Texto I
Carta
(Fragmento)
A terra não pertence ao homem; é o homem que pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. O que fere a terra fere também os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará.
(Carta do cacique Seattle ao presidente dos EUA em 1855. Texto de domínio público distribuído pela ONU)
Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2017.

Texto II
Dicionário de Geografia
(Fragmento)
Segundo o geógrafo Milton Santos: “o espaço geográfico é a natureza modificada pelo homem através do seu trabalho”. E “o espaço se define como um conjunto de formas representativas de relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações sociais que estão acontecendo diante dos nossos olhos e que se manifestam através de processos e funções”.
Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2017.

Os dois textos diferem, essencialmente, quanto
(A) à abordagem mais objetiva do texto I.
(B) ao público a que se destina cada texto.
(C) ao rigor científico presente no texto II.
(D) ao sentimentalismo presente no texto I.
(E) à analogia histórica apresentada no texto II.





D10    Questão  06 ––––––––––––––––––––––––––
Leia o texto e, a seguir, responda.

Mudança
Graciliano Ramos

Na PLANÍCIE avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma senhora. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.
Arrastaram-se para lá, devagar, sinha Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.
Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.
– Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.
Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.
A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicando de manchas brancas que eram ossadas. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.
– Anda, excomungado.
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário – e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde.
Tinham deixado os caminhos, cheios de espinho e seixos, fazia horas que pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés.
Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a ideia de abandonar o filho naquele descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os arredores. Sinha estirou o beiço indicado vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados ao estômago, frio como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do mato. Entregou a espingarda a sinha Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos. Sinha Vitória aprovou esse arranjo, lançou de novo a interjeição gutural, designou os juazeiros invisíveis.
E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num silêncio grande.
Ausente do companheiro, a cachorra Baleia tomou a frente do grupo. Arqueada, as costelas à mostra, corria ofegando, a língua fora da boca. E de quando em quando se detinha, esperando as pessoas, que se retardavam.
Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertava demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. Baleia jantara os pés, a cabeça do amigo, e não guardava lembranças disso. Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetivos familiares, estranhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a ave equilibrava mal. Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação chegava. (...)
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Record,2001.

Aió: usada no nordeste do País, aió é uma bolsa para caçada, feita de fibras de caroá – planta cujas fibras são usadas para fins têxteis.
Pederneira: pedra que produz faíscas ao ser ferida por fragmento de aço.
Seixos: pedras brancas de variados tamanhos.

Em qual fragmento é possível identificar um aspecto do tempo cronológico?
  1. (A) “Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde. ”
  2. (B) “Tinham deixado os caminhos, cheios de espinho e seixos, fazia horas que pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés. ”
  3. (C) “Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados ao estômago, frio como um defunto. ”
  4. (D) “Entregou a espingarda a sinha Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos. ”
  5. (E) “Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertava demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. ”
D12    Questão  07 ––––––––––––––––––––––––––
Leia o texto e, a seguir, responda.

Pequenos tormentos da vida

De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o azul convida os meninos, as nuvens desenrolam-se, lentas, como quem vai inventando preguiçosamente uma história sem fim... Sem fim é a aula: e nada acontece, nada... Bocejos e moscas. Se ao menos, pensa Margarida, se ao menos um avião entrasse por uma janela e saísse pela outra!
(Mario Quintana. Sapato florido, 1994, p. 115)

O texto de Mário Quintana tem a finalidade de
(A) contar um fato inusitado na sala de aula.
(B) relatar a fantasia de uma menina, durante uma aula.
(C) informar o leitor sobre realidades diversas da sala de aula.
(D) retratar a monotonia de uma aula por meio de uma linguagem poética.
(E) retratar fielmente a realidade da menina por meio de uma linguagem poética.


D17    Questão  08 ––––––––––––––––––––––––––
Leia o texto e, a seguir, responda.
O Pavão
Rubem Braga

Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
Texto extraído do livro "Ai de ti, Copacabana", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 149. Agradeço ao Antônio pela lembrança.

No trecho “Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar.”, o uso do ponto de exclamação sugere
  1. (A) espanto.
  2. (B) emoção.
  3. (C) surpresa.
  4. (D) decepção.
  5. (E) indecisão.


D17    Questão  09 ––––––––––––––––––––––––––
Leia o texto e, a seguir, responda.

A corrida aos exoplanetas

Seres extraterrestres habitam há décadas as telas do cinema e as páginas dos romances de ficção científica. O tema parece não esgotar sua capacidade de excitar a imaginação de espectadores e leitores. Quando entramos no território objetivo da pesquisa científica, porém vê-se que nenhuma descoberta concreta a respeito da vida fora do nosso planeta foi até agora alcançada. Megaprojetos como o Seti (Search for Extraterrestrial Intelligence) tentam, desde 1960, estabelecer contato com inteligências alienígenas por meio de radiotelescópios gigantescos. (...) No entanto, nenhum sinal desses seres distantes foi até agora captado. A boa notícia é que, finalmente, cientistas decidiram focar seus telescópios no outro lado da equação: uma série de projetos e missões de alta tecnologia estão sendo desenhados não mais para ajudar os extraterrestres a nos amedrontar, e sim para nos ajudar a encontrá-los. Ou seja, saímos da postura passiva tipo “por favor, olhem, estamos aqui” para uma postura mais ativa, tipo “não adianta se esconderem, nós vamos descobrir onde vocês estão.” Embora ainda em seus primeiríssimos passos, as evidências circunstanciais desse novo posicionamento sugerem fortemente a probabilidade de que não estamos sós no universo.
Revista Planeta, Nov/2009, ano 37, edição 446, p.44.

No trecho “por favor, olhem, estamos aqui, ” as aspas foram empregadas para
  1. (A) esclarecer uma dúvida.
  2. (B) introduzir uma citação.
  3. (C) mencionar uma pesquisa.
  4. (D) questionar uma informação.
  5. (E) reforçar um posicionamento.








D17    Questão  10 ––––––––––––––––––––––––––
Leia o texto e, a seguir, responda.

Meu Destino
Cora Coralina

Nas palmas de tuas mãos leio as linhas da minha vida. Linhas cruzadas, sinuosas, interferindo no teu destino. Não te procurei, não me procurastes – íamos sozinhos por estradas diferentes. Indiferentes, cruzamos Passavas com o fardo da vida… Corri ao teu encontro. Sorri. Falamos. Esse dia foi marcado com a pedra branca da cabeça de um peixe. E, desde então, caminhamos juntos pela vida…
Disponível em:
/meu-destino-cora-coralina.html>. Acesso em: 20 mar. 2017.

  1. O emprego das reticências em dois momentos do poema sugere a
(A) supressão de palavras.
(B) ideia de que a vida é bela.
(C) ideia de que a vida foi interrompida.
(D) ampliação do sentido da palavra vida.

(E) suspensão do pensamento da poetisa.

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