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31 de julho de 2014

Leitura para as provas do ENEM


De um lado, um povo que sofreu anos de perseguições e conseguiu formar um Estado com poderio militar gigantesco. Do outro, um povo que teve domínio da região por séculos, mas se viu expulso de casa e abandonado por seus vizinhos. O conflito entre israelenses e palestinos é centenário e de difícil resolução. Os palestinos (mais especificamente o grupo Hamas) são acusados de praticar atos terroristas contra Israel. Ao mesmo tempo, os ataques militares dos judeus atingem civis palestinos, causando mortes de crianças e idosos. Os conflitos de 2014 começaram com mortes de jovens dos dois lados: um novo estopim para uma guerra que parece não ter fim. Conheça 10 marcos históricos do conflito entre palestinos e israelenses.

1.Terra Santa
jerusalem
Antes de tudo, é preciso relembrar a aula de geografia. A Palestina é uma região localizada no cruzamento de três continentes, considerada sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos. Jerusalém fica nessa região e tem grande importância espiritual: no Monte Sião está a igreja onde acredita-se que Maria, a mãe de Jesus, morreu. Também é lá que fica o edifício onde pode ter ocorrido a última ceia e onde está a tumba do Rei Davi. Dentro da Mesquita de Omar fica o Domo da Rocha, local onde Maomé ascendeu aos céus. Ainda, o Muro das Lamentações é parte do antigo Templo de Salomão.
Com tantos marcos sagrados, a região da Palestina foi habitada por diversos povos ao longo da história: nos tempos bíblicos, eram os judeus quem viviam ali, mas acabaram sendo expulsos com as ocupações dos impérios Árabe e Romano. Durante a Idade Média, a maioria da população era árabe – os europeus cristãos tentaram mudar isso com as Cruzadas, mas os anos de conflito não tiveram muito resultado. Por fim, a partir do século XV, o domínio passou a ser do Império Otomano.

2. Movimento Sionista
No final do século XIX surgiu um movimento que tinha como proposta a criação de um Estado para o povo judeu, que sofreu muitas perseguições e estava espalhado mundo afora. O nome desse projeto foi Movimento Sionista.
Os sionistas começaram a incentivar a migração dos judeus de volta para a Terra Santa, de onde eles foram expulsos pelos Romanos no século III. Em 1903, 25 mil imigrantes judeus migraram para a área, que na época ainda pertencia ao Império Otomano. Com as guerras mundiais, o movimento sionista cresceu. Em 1948, antes da criação do Estado de Israel, a quantidade de judeus imigrantes chegava a 600 mil pessoas.

3. As Guerra Mundiais
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano se desfez e a Inglaterra assumiu o controle da região da Palestina. A relação entre os ingleses e os povos árabes que habitavam a região não era das mais pacíficas e, enquanto isso, os judeus continuavam sua migração. Com a perseguição dos nazistas e a Segunda Guerra Mundial, o fluxo de judeus para a região aumentou drasticamente.
Após a Segunda Guerra, as notícias sobre os horrores do Holocausto acabaram fazendo com que a opinião pública pressionasse a Inglaterra para abrir mão da colonização da área. Para tentar resolver o impasse entre árabes e judeus, a ONU propôs, em 1947, a divisão do território palestino, criando dois estados e deixando Jerusalém como um “enclave internacional”. Os árabes das nações ao redor não concordaram com a proposta – eles desejavam criar o “Estado Unido da Palestina” em todo o território – dessa forma, os judeus seriam minoria.

4. O Estado de Israel
israel
Em 14 de maio de 1948, os judeus declararam independência e conseguiram criar o Estado de Israel, nas áreas que haviam sido sugeridas pela ONU, que correspondiam a 60% da Palestina. Em seguida, Egito, Síria, Líbano, Jordânia e Iraque atacaram Israel, mas acabaram sendo derrotados, o que formalizou o controle israelita não só sobre as áreas originais, mas também sobre mais da metade da área que pertencia ao estado árabe.
Cerca de dois terços dos árabes que moravam na região fugiram ou foram expulsos do território sob controle judaico. O problema é que essas pessoas não foram admitidas nos países árabes vizinhos, criando um grupo enorme de refugiados: os árabes palestinos, que reivindicam o retorno às suas antigas casas.

5. A Guerra dos Seis Dias
Em 1967, as tensões na região escalonaram para um conflito armado de Israel contra Egito, Jordânia e Síria. Israel conseguiu se adiantar ao conflito e neutralizou as forças armadas dos outros países. Como o nome diz, a guerra durou exatos seis dias. Mas as consequências duram até hoje.
Além de os Estados Árabes perderem boa parte do seu poderio militar, as fronteiras de Israel expandiram e passaram a incluir as Colinas de Golã, a Cisjordânia (Margem Ocidental) e a Península de Sinai. Além disso, Jerusalém, a cidade sagrada, passou ao controle do Estado Judeu. Ao mesmo tempo, o número de refugiados palestinos aumentou ainda mais.
A ONU aprovou, em 1967, a Resolução 424, determinando a retirada de Israel dos territórios ocupados e exigindo uma solução para o problema dos refugiados. Porém, Israel se recusou a cumprir, exigindo que primeiro os Estados Árabes deveriam reconhecer o Estado de Israel.

6. Guerras Árabes X Judeus
arafat
O conflito de 1967 só acirrou os ânimos. No final da década de 60, foi criada a Organização de Libertação da Palestina (OLP), uma luta armada terrorista, que passou a fazer uma série de ataques contra israelenses ao redor do mundo. Em 1972, nas Olimpíadas de Munique, 11 atletas israelitas foram sequestrados e assassinados. Uma operação chamada Cólera de Deus foi criada para encontrar e executar os responsáveis pelos assassinatos.
Em 1973 ocorreu a Guerra do Yom Kippur, o Dia do Perdão, com Egito e Síria se lançando de surpresa contra Israel. Mesmo enfrentando mais dificuldades, Israel saiu vencedor do conflito novamente. Em 1978, Israel e Egito assinaram um acordo de paz, com o primeiro se retirando da Península de Sinai e o segundo reconhecendo oficialmente o estado israelense.
No mesmo ano, Israel invadiu o Líbano a fim de acabar com as bases da OLP. Após o sucesso militar, acabaram recuando. Em 1982, eles invadiram o país novamente, contra o líder do Fatah, Yasser Arafat. Somente em 1985 eles se retiraram do território libanês, exceto por uma faixa de terra, designada Zona de Segurança Israelense. A retirada completa só ocorreu nos anos 2000.

7. Intifadas
intifada
As Intifadas foram revoltas populares dos palestinos contra o domínio israelense, que eles consideram abusivo. Em 1987, ocorreu a Primeira Intifada, um levante de civis palestinos, que atacaram soldados israelenses com paus e pedras. A resposta desproporcionalmente violenta dos militares israelenses chocou a opinião pública internacional. A revolta civil só terminou em 1993, com a assinatura dos Acordos de Oslo, que definiram, entre outras coisas, a retirada das forças armadas israelenses da faixa de Gaza e da Cisjordânia. Essas regiões passariam a ser governadas pela Autoridade Palestina. Em contrapartida, a Palestina pararia com os ataques terroristas. Nenhuma das duas partes cumpriu o acordo.
A Segunda Intifada foi no ano 2000. Essa revolta popular só terminou em 2005, com milhares de mortos, a maioria civis palestinos, além de destruição de casas e prisões de centenas de pessoas, inclusive crianças.

8. Hamas x Fatah
Em 2005, Israel retirou suas tropas e os assentamentos judeus da Faixa de Gaza e do norte da Cisjordânia. Mas os judeus continuaram controlando fronteiras e recursos naturais da região. Em 2007, ocorreram eleições parlamentares da Autoridade Palestina e o grupo Hamas saiu vitorioso, o que não foi reconhecido pelo grupo opositor Fatah, e nem por Israel, que os considera terroristas. Com isso, ocorreu uma racha na administração: o Hamas passou a controlar a Faixa de Gaza e o Fatah é responsável pela Cisjordânia.
Praticamente não existe diálogo entre Hamas e Israel. O governo israelense impôs um bloqueio a Gaza, restringindo a circulação de pessoas e mercadorias, e estabeleceu um racionamento de recursos naturais. Com isso, a situação se tornou insustentável para a população palestina civil que vive por lá. Além de enfrentarem uma séria escassez de recursos, os palestinos passaram a viver numa espécie de prisão a céu aberto. Eles também estão sujeitos aos tribunais militares israelenses, que prendem cerca de 2 crianças palestinas por dia.

9. O Estado Palestino
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Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu a Palestina, ou seja, os territórios ocupados por esse povo, como um Estado não-membro da ONU, um status político semelhante ao Vaticano. Assim, o Estado Palestino pode participar das reuniões da ONU, mas sem direito a voto. A decisão teve apoio de 139 países. Foram apenas nove votos contrários, entre eles, de Israel e Estados Unidos.
Com o reconhecimento internacional do Estado Palestino, Israel anunciou retaliações, iniciando a construção de residências para colonos israelenses em áreas da Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. A política de colonizações de Israel é considerada um dos grandes entraves para a conquista da paz na região.

10. A Paz distante
bomba
Em 2010, 2012 e 2014, mais conflitos sérios aconteceram entre os dois lados, causando mortes de civis e dificultando cada vez mais as negociações de paz. O principal ponto de tensão continua sendo Gaza, onde ocorrem os conflitos entre Hamas e Israel. Além disso, algumas questões sempre geram impasse e adiam uma possibilidade de cessar-fogo na região.
A questão de Jerusalém: A cidade é sagrada para os dois lados. Israel reivindica o controle de toda área para si, o que não é reconhecido pela comunidade internacional. Já os palestinos clamam pela parte Oriental de Jerusalém, território ocupado em 1967, onde eles gostariam de estabelecer sua capital. Para complicar mais a questão, Israel ainda estimula o assentamento de comunidades judias na área (e também na Cisjordânia, o que só piora a situação).
Os refugiados palestinos: Nos conflitos do século XX, cerca de 700 mil palestinos foram expulsos de suas casas. Esses refugiados e seus descendentes hoje chegam a cerca de 7 milhões de pessoas. Os refugiados reivindicam o direito de voltar para casa. Do outro lado, Israel pontua que não tem como abrigar 7 milhões de palestinos. Até porque isso tornaria os judeus minoria dentro de seu próprio estado.
A segurança nacional: Israel teme que a criação um estado independente palestino possa iniciar uma nova série de guerras na região, parecida com a que aconteceu nos anos 1970. Além disso, eles temem que o Hamas ganhe poder sobre a Cisjordânia e passe a atacar Israel, assim como eles fizeram em Gaza. Depois de tantos anos de conflitos, os palestinos dificilmente concordariam em prometer uma desmilitarização permanente.

Gênero textual ENEM


Os vestibulares pedem que os candidatos escrevam a redação dentro de determinado gênero. Solicitam que eles redijam um artigo de opinião, uma carta argumentativa, uma resenha crítica etc. O Enem prefere a dissertação argumentativa.

O termo “dissertação” geralmente denomina um tipo textual. São tipos também a descrição e a narração, que se distinguem da modalidade dissertativa por tratarem de elementos concretos da realidade. Enquanto a descrição e a narração representam o mundo (por meio de pessoas, lugares, ações), a dissertação visa a comentá-lo. Resulta de uma abstração, a partir do que é concretamente vivido, a fim de que se emitam conceitos, juízos, opiniões.

Os gêneros textuais tendem a eleger os tipos que melhor se ajustam aos seus objetivos pragmáticos e sociais. Um artigo de opinião, por exemplo, realiza-se por meio da modalidade dissertativa. Sendo assim, em princípio não se deve perguntar (como muitos alunos o fazem) qual a diferença entre um artigo e uma dissertação. Seria confundir gênero com modalidade (ou tipo) textual. Pode-se, isto sim, diferenciar artigo de resenha, notícia, editorial -- assim como se diferencia dissertação de descrição, narração ou de um texto injuntivo (que visa a dar comandos ou conselhos).

Aqui se chega ao ponto: privilegiando a dissertação argumentativa, o Enem a trata como gênero. Nessa perspectiva faz sentido a dúvida dos alunos, pois em classe eles estão habituados a produzir artigos, resenhas, editoriais -- e não uma “dissertação”. É natural que desejem saber em que esse gênero se distingue dos anteriores (a dúvida comum é entre dissertação e artigo).

Ao optar pela dissertação argumentativa, o Enem reabilita um velho gênero escolar. Entre as características desse gênero estão a impessoalidade, a clareza de linguagem, o rigor gramatical. Certamente por esses traços, a que se associa algum formalismo, ele se distingue do artigo de opinião. Este é mais oral, espontâneo, impressionista.

Tenho lido críticas à escolha do Enem, mas não acho que ela seja ruim. A dissertação tem um grau de objetividade que a torna adequada a todo tipo de aluno (mesmo os que não têm o chamado “jeito” para escrever). Depende mais de estudo, leitura e exercício do que de alguma habilidade congênita.

É melhor pedir uma dissertação do que embarcar de forma acrítica no modismo dos gêneros, que às vezes leva a escolhas descabidas. Por que alguém que pretende ser médico ou engenheiro tem que saber redigir uma notícia ou uma reportagem? Para quem não vai ser jornalista, essa é uma tarefa inútil. Há universidades que pedem a redação de uma crônica ou de uma palestra -- a primeira, um gênero literário; a segunda, um tipo de texto impossível de ser avaliado sem que também se julguem os méritos do palestrante (postura, desembaraço, capacidade de fisgar o ouvinte etc.).

Se o Enem quer que o candidato se posicione sobre temas controversos e transmita com clareza e correção as suas ideias, a dissertação argumentativa é um excelente meio de avaliar se ele faz bem isso.

30 de julho de 2014

Aos meus alunos!!!!!

Foto

Uma dúvida???

Foto: O envelope foi entregue em mãos ou em mão?

Pequenas dúvidas de língua portuguesa

Confira as dúvidas mais comuns de português

Cores compostas
Em cores compostas formadas por adjetivo + adjetivo, só o segundo elemento varia.

- Escreva:
Roupas azul-claras, cadeiras verde-amareladas.
Exceções: azul-celeste e azul-marinho são invariáveis.

- Não escreva:
Roupas azul-marinhos, cadeiras azul-celestes.

À medida X Na medida
"À medida que" significa "à proporção que", "ao mesmo tempo que", "conforme".
"Na medida em que" corresponde a "tendo em vista que".

- Escreva:
À medida que o tempo passava, sentia-se melhor.
Na medida em que não havia provas, saímos da escola.

- Não escreva:
À medida que o trabalho terminou, ele foi passear.
Na medida em que chovia, as ruas iam se alagando.
Jamais escreva "à medida em que" (esta locução não existe).

Ao contrário
A locução "ao contrário" só deve ser usada quando a situação indicar oposição, no mesmo sentido de "ao invés de". Quando a situação for de substituição ou alternativa, use "diferentemente", "de modo diferente" ou "em vez de".

Regência
Não use a mesma preposição para verbos que têm regências diferentes.

- Escreva:
Ela viu o desfile e gostou dele.
Muitos eleitores analisaram o candidato e votaram nele.
Foi ele quem planejou o evento e cuidou da realização dele.

- Não escreva:
Ela viu e gostou do desfile de ontem.
Muitos eleitores analisaram e votaram no candidato.
Foi ele quem planejou e cuidou da realização do evento.

Debaixo de X De baixo
"Debaixo" é sempre seguido da preposição "de" e significa "sob", contrário de "acima". "De baixo", separado, só pode ser usado em oposição a "cima".

- Escreva:
Escondeu-se debaixo da mesa.
Enfiou-se debaixo das cobertas.
É um rapaz que veio de baixo.
A parte de baixo da estante começava a se desfazer.

- Não escreva:
Começou a reforma debaixo para cima.
O garoto saiu debaixo da cadeira.

De que algo é feito
Não se usa a preposição "em" para indicar o material de que alguma coisa é feita. A preposição a ser usada é "de".

- Escreva:
Relógio de ouro, blusa de seda, tapete de lã; calça de algodão;
camisa de cetim, calça de gorgorão, minissaia de helanca

Em função de
Não confunda "em função de" com "em razão de", "por causa de". "Em função de" só deve ser usada com a ideia de finalidade ou de dependência.

- Escreva:
Vivia em função da família.
Preparei o relatório em função das características do mercado.
As inundações ocorreram por causa do entupimento do bueiro.

- Não escreva:
As inundações ocorreram em função do entupimento do bueiro.
Em função das chuvas de ontem, o trânsito ficou caótico.

E nem
"E nem" pode ser usado em dois casos:
1) Se antes da expressão houver uma afirmação.
2) Se antes da expressão houver uma negação e "e nem" não trouxer sentido de adição.

- Escreva:
É o que sempre promete e nem (mas nem) sempre realiza;
Ele não foi, e nem por isso cancelaram o espetáculo.

E sim
"E sim" significa "mas".
Por isso o advérbio "sim" não pode estar entre vírgulas.
A única vírgula possível é antes do "e".

- Escreva:
Maria não foi à feira, e sim ao supermercado.

Qualquer
É impróprio o uso de "qualquer" em frases negativas, no lugar de "nenhum".

- Escreva:
O time não tem nenhuma possibilidade de vitória.
O time não tem possibilidade alguma de vitória.

- Não escreva:
O time não tinha qualquer possibilidade de vitória.

Ao invés de X Em vez de
"Ao invés de" significa "ao contrário de"; e só é usado para eventos ou situações opostas. "Em vez de" significa "em lugar de"; e é usado para indicar substituição.

- Escreva:
Ao invés de virar à direita, ele enveredou pela esquerda.
Em vez de seguir a carreira do pai, preferiu estudar astrologia.

- Não escreva:
Ao invés de terminar a pesquisa, ela foi dormir.

Junto a
Use a locução "junto a" apenas quando equivaler a "perto de" ou a "adido a".

- Escreva:
Minha mãe sentou-se junto ao irmão e chorou.
O programa atualiza os arquivos no servidor.

- Não escreva:
O programa atualiza os arquivos junto ao servidor.
Ele fez uma pesquisa junto aos representantes sindicais.

Mais bem X Melhor
Antes de verbo no particípio, o correto é empregar "mais bem" em vez de "melhor".

- Escreva:
Esta cena foi mais bem encenada do que a outra.

- Não escreva:
Esta cena foi melhor encenada.

O mesmo
É incorreto o uso de "mesmo" e suas flexões como substituto de pronome ou substantivo.

- Escreva:
Vi seus irmãos.
Eles me pediram um conselho.

Fomos ao teatro no sábado.
Ele estava lotado.

- Não escreva:
Vi seus irmãos.
Os mesmos me pediram um conselho.

Fomos ao teatro no sábado.
O mesmo estava lotado.

A partir de
"A partir de" significa "a começar de", "a datar de" e marca o início de algo no tempo e no espaço. Além disso, a locução carrega uma noção de continuidade. Não use "a partir de" com o sentido de "com base em" ou para introduzir eventos pontuais.

- Escreva:
A partir daquela experiência, ela nunca mais foi a mesma.
A seleção dos alunos aconteceu com base na notas.
A amizade entre eles nasceu de uma visita à viúva.
Vargas implanta, com um golpe de Estado, o Estado Novo.

- Não escreva:
A seleção dos alunos foi feita a partir da indicação de professores.
A amizade entre eles nasceu a partir de uma visita à viúva.
Vargas implanta, a partir de um golpe de Estado, o Estado Novo.

Por conta de
Não use "por conta de" como sinônimo de "por causa de", "em razão de", mas no sentido de "a cargo de", "sob responsabilidade de".

- Escreva:
A elaboração da planta ficou por conta do doutor Ruy.
Por causa do novo trabalho, o pai não poderá tirar férias.

- Não escreva:
Por conta do novo trabalho, o pai não poderá tirar férias.

Próximo X Seguinte
Use o adjetivo "próximo" e suas flexões apenas para designar aquilo que seja seguinte ao momento atual, o futuro do presente. Use o adjetivo "seguinte" para designar o que (se) segue; o que vem ou ocorre depois; o subsequente. Nesse caso, o ponto de referência não é o presente.

- Escreva:
As próximas vezes serão iguais.
As vezes seguintes foram iguais.
O assassino de Laura só será mostrado no próximo capítulo.

- Não escreva:
As próximas vezes foram iguais.

Próximo a, próximo de
Não varia se for adjunto adverbial (se estiver modificando o verbo). Varia se for adjetivo - e será adjetivo em duas situações: quando houver verbo de ligação e "próximo", portanto, for predicativo; e quando "próximo" estiver modificando um nome, for adjunto adnominal.

- Escreva:
Não conseguiu chegar próximo à área adversária.
A nave aterrissou próximo à minha casa.
Aurora estava próxima da rua onde nasceu.
Os moradores permaneceram próximos ao rádio.
As ruas próximas ao mercado estavam inundadas.

Gerúndio e vírgulas
Não use vírgula antes do gerúndio que descreve o modo como algo foi feito ou antes de gerúndio que introduz uma ação simultânea à do verbo anterior.

- Escreva:
Costuma resolver os problemas profissionais mudando de emprego.
Gostava de dirigir ouvindo música. Sempre falou mexendo os braços.

Ponha vírgula antes do gerúndio que introduz uma ação que é consequência da ação expressa pelo verbo anterior ou dá uma idéia de continuidade.

- Escreva:
As nuvens se formaram aos poucos, cobrindo toda a cidade.
A ginástica reforça a musculatura das pernas, aumentando seu diâmetro.
Não gostava de viajar, perdendo com isso diversas oportunidades de emprego.

Senão X Se não
Escreve-se "se não", em duas palavras, quando a expressão equivaler a: "caso não", "quando não".
Escreve-se "senão", numa única palavra, quando a expressão significar "ao contrário", "de outro modo".

- Escreva:
Se não estiver ouvindo, falarei mais alto.
Muitos dos setores, se não todos, já começaram os trabalhos.
Batalhe, senão você não passará no vestibular.

Seu, sua
O artigo definido (o/a) é usado no lugar do possessivo (seu/sua) antes do nome de partes do corpo, peças de roupa, faculdades do espírito e relações de parentesco.

- Escreva:
Esqueceu completamente a avó.
Laís mexeu a cabeça e sorriu.
Não escreva Laís mexeu a sua cabeça.
Passou o braço no ombro do seu pai e choraram juntos.

29 de julho de 2014

26 de julho de 2014

Para os concurseiros - redação

Como fazer uma boa Redação

Escrevendo RedaçãoUma boa redação é aquela que permite uma leitura prazerosa, natural, de fácil compreensão, e que o leitor se sinta impactado. Para fazer bons textos é fundamental ter o hábito de leitura, e utilizar todas as regras da Língua Portuguesa, e as técnicas de redação a seu favor.
Saber escrever é algo de grande importância, principalmente para redigir uma boa redação em concurso público. Saber se expressar de forma adequada e precisa, respeitando a ideia solicitada na prova e as normas da Língua Portuguesa, pode ser complexo para algumas pessoas, mas seguindo algumas dicas de redação é possível aprender a redigir bem.

Aprenda as principais dicas de redação:

» Organize seus argumentos sobre o tema proposto, e os escreva de forma compreensível. Organize os argumentos de forma crescente, ou seja, deixe o argumento mais forte para o final;
» Em dissertações que é necessário defender algo, não fique "em cima do muro", coloque claramente sua posição, pois muitas vezes estão interessados em avaliar sua capacidade de opinar, refletir e argumentar;
» Escreva com clareza;
» Seja objetivo e fiel ao tema;
» Escolha sempre a ordem direta das frases;
» Evite períodos e parágrafos muito longos;
» Elimine expressões difíceis ou desnecessárias do texto;
» Não use termos chulos, gírias e regionalismos;
» Esteja sempre atualizado em tudo que acontece no mundo;
» Além dessas dicas, é preciso saber principalmente as regras de Acentuação Gráfica, pontuação, ortografia e concordância.

Clareza e Simplicidade

Evite o uso de palavras rebuscadas, longos períodos e prefira argumentar de maneira simples e organizada. A clareza de uma redação se dá no momento em que você apresenta seus argumentos e ideias para que seu leitor compreenda a mensagem do texto de forma clara.

Objetividade

Não dê voltas no texto e evite repetir as palavras; diga apenas o que é importante para seu tema e sua redação. Quanto mais conhecimento você tiver, mais termos poderá usar no texto.

Coerência Textual

A coerência é um item extremamente importante para escrever uma boa redação para concursos ou qualquer processo seletivo. O texto corresponde a uma estrutura, com uma ordem de ideias e o tema deve ser explicado apresentando teses, causas e consequências em uma sequência lógica.

Evitando as contradições, você deixará seu texto coerente e com estruturas lógicas e coerentes com o uso de conectivos, preposições, verbos, etc. Um erro que acontece muito nos textos feitos nas redações de concursos públicos é usar comentários aleatórios em determinado parágrafo, sem respeitar a estrutura dos argumentos. Evite comentar vários assuntos ao mesmo tempo e acabar fugindo do tema principal.

A melhor maneira de evitar a fuga ao tema e um texto confuso é planejar seus argumentos e escrever um texto que relacione esses assuntos. Não jogue vários temas acreditando que o leitor e examinador irão compreender o que está escrito. Use a coerência a seu favor.

Estrutura da Redação

Um texto é composto de três partes essenciais: introdução, desenvolvimento e conclusão. O correto é haver um elo entre as partes, como se formassem a costura do texto. Na introdução é onde o tema abordado é apresentado, não deve ser muito extensa, e aconselha-se que tenha apenas um parágrafo de quatro a seis linhas. O desenvolvimento é o “corpo” do texto, a parte mais importante dele. É onde se expõe o ponto de vista, e argumenta de uma forma lógica para que o leitor acompanhe seu raciocínio. Nesta parte do texto faz-se uso de, no mínimo, dois parágrafos. A conclusão é o fechamento. Mas é válido lembrar que a introdução, desenvolvimento e conclusão são ligados e dependentes entre si para que a coesão e coerência textual sejam mantidas e o texto faça sentido.

Etapas da Redação

Chuva de Ideias

Em alguns minutos, respeitando seu tempo e o prazo dado para fazer a prova de concurso público, anote todos os assuntos que surgirem na sua mente e que estão relacionados ao tema. Não tenha receio e escreva tudo. Após esse processo, separe 4 ou cinco que considere mais importante de acordo com o tema em que irá trabalhar.

Elaborando o Rascunho

Comece a escrever o rascunho da redação, buscando apresentar a opinião do seu texto sobre o tema logo no primeiro parágrafo, ou seja, na introdução. Evite o uso de clichês e jargões utilizados exaustivamente. No desenvolvimento, argumente sua redação com hipóteses, fatos e citações, sempre de forma consistente, organizando os assuntos nos parágrafos de desenvolvimento. Na conclusão do texto, apresente uma solução ou reforce sua tese.

Revisando seu Rascunho

O ideal é adiar a revisão de seu rascunho, porque a leitura excessiva dos parágrafos faz com que você deixe passar alguns erros. Portanto, resolva algumas questões da prova e depois volte para corrigi-lo.

Redação Definitiva

A legibilidade de sua redação é essencial para que ela seja lida, compreendida e corrigida pelo examinador. Respeite os recuos, margem e alinhamento do seu texto. As palavras erradas devem ser grafadas com apenas um traço simples, sem muitas rasuras.
Veja mais dicas para redigir um bom texto de redação para concursos:
  • Leia muito, a leitura enriquece o vocabulário, você olha visualmente as palavras e envia para a sua memória a forma correta de escrevê-las;
  • Treine fazer redação com temas que poderão estar relacionados com as provas de concursos públicos ou então faça com temas da atualidade, e notícias constantes nos meios de comunicação;
  • Seja crítico de si mesmo, revise os textos de treino, retire os excessos, deixe seu texto “enxuto”;
  • Cronometre o tempo que é gasto nas suas redações de treino e tente sempre diminuir o tempo gasto na próxima;
  • Não ultrapasse as margens, nem o limite de linhas estabelecidas na prova;
  • Mantenha o mesmo padrão de letra do início ao fim do texto. Não inicie com letras legível e arredondada, por exemplo, e termine com ela ilegível e “apressada”, isso dará uma péssima impressão para o examinador da banca quando for ler;
  • Não faça marcas, rabiscos, não suje e nem amasse sua redação; Tenha o máximo de asseio possível;
  • Faça as redações de provas anteriores do concurso que você prestará;
  • Fique focado no enunciado que a banca está pedindo, não redija um texto lindo, mas que está totalmente fora do tema. Nunca fuja do tema proposto;
  • Tenha seus argumentos fundamentados. Seja coeso e coerente;
  • Evite o uso de abreviações. Ex.: "Vc" "pq";  
  • Use um estilo de escrita o mais simples possível, evitando assim o uso de palavras demasiadamente rebuscadas;
  • Evite o uso de aliterações. Ex1.: O rato, roeu a roupa do rei de Roma. Ex.2: Anule aliterações altamente abusivas;
  • Nunca esqueça as letras maiúsculas;  
  • Evite lugares-comuns, ditos populares, jargões e clichês. Ex.: Foge da matemática como o diabo foge da cruz;  
  • Evite o uso de parênteses;  
  • Estrangeirismos também devem ser evitados. Ex.: Deixei um scrap (recado) na geladeira;  
  • Gírias nem pensar, muito menos escrever;
  • Palavras de baixo calão poderão acabar com seu texto;  
  • Nunca generalize, você passará a impressão ao leitor que não domina o assunto abordado;  
  • Evite repetições, confira sempre o texto e verifique se a mesma palavra aparece muitas vezes e procure cortá-la ou substituí-la por sinônimos;  
  • Não abuse das citações, procure mostrar ideias próprias, originais. Ex.: Como diria o famoso poeta "....." ; 
  • Frases ou raciocínios incompletos causam péssima impressão;  
  • Não seja redundante fazendo círculos em torno do mesmo assunto;  
  • Procure ser o mais específico possível;  
  • Frase com apenas uma palavra não fica bem;  
  • Evite o uso de voz passiva. Ex.1: Pedro foi ferido pelo animal. Voz Passiva Ex.2: O animal feriu Pedro. Voz Ativa;  
  • Use a pontuação corretamente;  
  • Não faça uso de perguntas retóricas, ou seja, não pergunte o óbvio;  
  • Se for utilizar siglas, coloque o significado por extenso e a sigla entre parênteses, apenas na primeira vez em que ela for citada, depois utilize somente a sigla. Ex.: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);  
  • Evite exageros nas suas palavras;  
  • Evite mesóclises. Ex.: Se possível, contar-vos-ia o que se passou;  
  • Procure não fazer analogias. Ex.: Todos os seres vivos crescem. (A árvore, por exemplo, é um ser vivo. Tem metabolismo, reproduz-se, e cresce.) O ser humano também é um ser vivo e, por isso, o ser humano também cresce;  
  • Não abuse das exclamações;  
  • Não escreva frases, nem parágrafos demasiadamente longos, procure ser o mais claro e objetivo possível na exposição de suas ideias;  
  • Seja sempre incisivo e coerente;  
  • Procure escrever as palavras de maneira correta, seja assertivo na ortografia. Dica: Na dúvida, não escreva a palavra, ou então procure escrever um sinônimo.
Algo comum no mundo dos concurseiros é o grande temor pela redação nas provas. Muitas vezes o candidato se prepara para a prova objetiva, e deixa a redação de lado, perdendo grandes chances de passar. A única maneira eficaz de aprender a fazer uma boa redação é treinando. Faça redações sobre diversos temas, leia e releia quantas vezes precisar, e lembre-se: a prática pode levar à perfeição.

25 de julho de 2014

Leia o tema de redação nos detalhes

 1- Leia o tema com atenção: O tema é oferecido por todos os vestibulares e você deve ficar muito atento àquilo que é solicitado. Quando o candidato é bem informado e possui conhecimento prévio sobre o assunto, certamente terá muito mais facilidade para escrever. Mas quando pego de surpresa, a coletânea pode ser uma verdadeira “tábua de salvação”, assim como o cuidado com o tema proposto.
 2- Atenção aos sentidos do tema: Leia o tema não apenas de maneira denotativa, mas também de maneira conotativa, isto é, vá além dos significados que pretensamente estão contidos na superfície do tema. Leia nas entrelinhas, tente extrair o máximo possível do tema proposto.
 3- Delimite o tema: Esse é um passo importante para a compreensão do tema. Reestruture-o com suas próprias palavras, essa é uma técnica que pode ajudar você a interpretar aquilo que é solicitado. Delimitar significa também não extrapolar aquilo que é pedido, erro que muitos candidatos cometem e, por isso, acabam por cometer exageros de interpretação.
 4- Saiba com antecedência qual é o objetivo final de seu texto: Para saber o objetivo final de seu texto, faça um breve esquema hierarquizando suas ideias, pois essa técnica ajudará na definição do propósito de seus argumentos previamente elencados.
 5- Reflita sobre os argumentos elencados no esquema: Ao refletir sobre os argumentos com antecedência, você poderá escolher aqueles que mais condizem com o tema, evitando assim a fuga ao assunto, erro que pode descontar muitos pontos de sua redação.

Passando a redação a limpo


Determinados recursos incidem de forma positiva na construção textual

O processo de construção textual é um tanto quanto complexo, requisitando do emissor habilidades específicas, conquistadas paulatinamente de acordo com sua vivência de mundo, troca de experiências mediante o convívio social e, sobretudo, a familiaridade com a leitura e a escrita. Tais experiências, vistas em sua amplitude, tendem a tão somente colaborar para o nosso aperfeiçoamento enquanto enunciadores, visando à ampliação do nosso acervo lexical (vocabulário) e, consequentemente, ao aprimoramento do desempenho linguístico (formulação das ideias).

Em se tratando da produção textual instituída pelos exames de vestibulares e concursos públicos, a prática destas habilidades se torna ainda mais necessária, dadas as etapas pelas quais o candidato, impreterivelmente, precisa passar. Uma delas é o manejo em saber lidar com o tempo, a outra é a leitura atenta da coletânea de textos que, diga-se de passagem, em determinadas circunstâncias, se apresenta extensa. Este processo uma vez realizado, é hora de elencarmos todos os argumentos condizentes ao tema proposto e em seguida ordená-los de acordo com o propósito estabelecido em construir um discurso claro, objetivo e coerente. Nada que algumas dicas não possam funcionar como indispensáveis subsídios antes do momento em que o texto seja transcrito para a folha oficial. Para tanto, analisemos:

- Verificar se a produção corresponde ao tema proposto, pois a fuga a este poderá implicar na automática desclassificação do candidato do processo avaliativo;

- O discurso ora materializado encontra-se adequado à modalidade em questão? Como por exemplo, no caso de um texto dissertativo, a tese defendida está calcada em argumentos plausíveis, bem como a conclusão foi realizada de forma adequada?
Sabemos da possibilidade de outros gêneros, como por exemplo, carta de leitor, editorial, carta argumentativa, artigo de opinião, dentre outros, cada um com suas peculiaridades linguísticas a serem observadas e respeitadas;

- Os conhecimentos linguísticos foram colocados em prática, ou seja, a pontuação, concordância, ortografia, grafia legível e adequação ao padrão culto da linguagem foram rigorosamente obedecidos?

- Os parágrafos estão bem ordenados? Torna-se imprescindível constatarmos se há uma perfeita harmonia entre eles, de modo a identificarmos se os elementos coesivos correspondem à clareza exigida pela mensagem, evitando repetições e estabelecendo relações de sentido entre um termo e outro;

- A coerência foi manifestada mediante o transcorrer do discurso? Ou seja, as ideias mostram-se ordenadas em uma sequência lógica, com vistas a conferir uma perfeita compreensão por parte do interlocutor? 

Esses e outros aspectos devem ser levados em consideração, dados os critérios instaurados pela linguagem escrita. Diante disso, uma releitura da produção configura-se como um procedimento elementar, pois nos permite detectar possíveis incorreções, como também acrescentarmos ou suprimirmos algum termo não condizente com o assunto, haja vista que no momento da escrita tais aspectos podem, porventura, passar despercebidos

Redação em concursos



Ao longo de nossa existência nos deparamos com infinitos obstáculos, uns em menor grau, outros um tanto quanto complexos. Tal afirmativa comprova aquela popular expressão, retratada pelos seguintes dizeres – “Viver tornou-se uma arte”.
Como artistas deste processo, estamos constantemente tentando superar tais obstáculos e, sobretudo, posicionarmo-nos da melhor forma possível perante aos fatos circunstanciais regidos pela sociedade. Dentre estas circunstâncias figura-se a necessidade de “arquitetarmos” nosso perfil no que tange ao campo profissional no intuito de desfrutarmos dos benefícios garantidos por um bom emprego. Mas... tudo isso não nos é gratuito, haja vista que busca e êxito caminham lado a lado.

Todos esses pressupostos, assim discorridos, nos faz lembrar de algo inevitável àqueles que “buscam” – mais precisamente, Enem, concursos e vestibulares. Há uma parte constitutiva, e por que não dizer, elementar, que a eles se referem: a Redação. Muitos a estigmatizam, concebendo-a como algo pavoroso, inacessível. Mas, ao contrário do que a maioria pensa, esta “prova de fogo” tende a ser realizada com tamanha facilidade, bastando para isso um pouco mais de prática.
Visando a esta praticidade, abaixo seguem relacionados alguns procedimentos que porventura garantirão a eficácia dos resultados que se almeja. Eis, portanto:

* Digamos que o passo essencial é mentalizar que não podemos escrever sobre algo do qual não temos conhecimento. Neste ínterim, cercarmo-nos de conhecimentos relativos aos fatos atuais, que funcionam como a palavra de ordem. Grande parte destes exames costumam basear-se em temas polêmicos. Como subsídio, é bom que se ressalte sobre a importância de nos familiarizarmos com diversas fontes informativas, sejam revistas, jornais (tanto impressos quanto orais) e livros em geral;

* Praticar significa, em seu sentido literal, constantemente exercer a escrita, pois a cada produção adquire-se uma nova performance, atribuída pela ampliação do vocabulário e, consequentemente, pela boa qualidade da competência discursiva;

* Falando em competência, é altamente digno de nota apontar sobre a importância de termos conhecimentos acerca das situações comunicativas que envolvem os interlocutores, retratados pelos diferentes gêneros coparticipantes da nossa posição enquanto seres sociais. Desta feita, há que se mencionar a carta argumentativa, de leitor, o artigo de opinião, o editorial, dentre tantos outros, pois cada um é regido por peculiaridades no que se refere às características de natureza linguística;

* Relevante também é o fato de que, enquanto emissores, estamos escrevendo para o “outro” e, para tanto, um dos aspectos que se leva em consideração é a capacidade do candidato em expressar-se claramente, de modo a interpretar dados e fatos, estabelecer relações e conclusões e, consequentemente, questionar e argumentar de modo coerente e coeso;

* Ao enfatizarmos sobre clareza, esta, por sua vez, engloba nossa competência relacionada aos fatos linguísticos, isto é, pontuação adequada, parágrafos bem dispostos e cuidadosamente elaborados, sem esquecer que o discurso deve estar em consonância com o padrão formal que rege a linguagem, atendo-se à concordância, regência, e demais elementos gramaticais;

* Outro aspecto, por vezes notório, é a fidelidade ao tema proposto, uma vez que a fuga deste implica na automática desclassificação perante o concurso. O ideal é ler atentamente a coletânea e identificar o tema e o tipo de texto ora requisitado e só então partir para a elaboração do texto em si. Lembrando-se de que no momento da escrita algumas falhas são inevitáveis, tais como as rasuras – inaceitáveis, por sinal. Portanto, a sugestão é começar rascunhando as ideias, e antes de passá-las definitivamente para a folha oficial é sempre viável fazer uma releitura, pois, mediante tal procedimento, há a possibilidade de novos acréscimos, supressões, dentre outros, visando senão à perfeição, pelo menos a um trabalho considerado plausível.

Uso dos pronomes oblíquos

Incessantemente ouvimos dizer que os pronomes pessoais se subdividem em pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo. Assim sendo, ao estabelecermos familiaridade com a imagem subsequente, provavelmente todos os pressupostos que nela constarem, não serão para nós nenhuma novidade. Observemos, pois: 


Os pronomes pessoais se subdividem em pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo

Pois bem, elencados tais pormenores, torna-se importante ressaltar que somente essa noção não se concebe como suficiente, pois ainda temos de estar cientes quanto ao correto emprego desses pronomes em se tratando da variedade padrão da linguagem. Em face dessa razão, o presente artigo tem por finalidade apontar algumas dicas imprescindíveis à nossa compreensão. Ei-las, portanto: 

* Os pronomes oblíquos apresentam-se sob duas formas:
- Átonos – são empregados sem preposição:

Indaguei-lhe acerca do acontecido.
- Tônicos – são obrigatoriamente regidos de preposição:

Disseram a mim toda a verdade.

* Após as formas verbais terminadas em som nasal, os pronomes átonos o(s), a(s) assumem as formas “no(s)” e “na(s)”:

Todos davam a menina por perdida.
Todos davam-na por perdida.
Puseram o livro sobre a mesa.
Puseram-no sobre a mesa.
* Os pronomes “me, te, se, nos e vos”, a depender da regência expressa pelo verbo, atuam, ora como objeto direto, ora como indireto:

Os alunos sempre me respeitaram. 
Constatamos que o verbo respeitar se classifica como transitivo direto, pois quem respeita, respeita alguém. Daí o fato de o pronome “me” representar o objeto direto do referido verbo. 

Os alunos sempre me obedeceram. Inferimos que o verbo obedecer se classifica como transitivo indireto, haja vista que quando obedecemos, obedecemos a alguém. Assim sendo, o pronome “me” representa o objeto indireto. 

* Os pronomes o(s), a(s) exercem a função de objeto direto, ao substituírem o complemento verbal não regido de preposição obrigatória:

Comprei o presente para você. Comprei-o para você. 
(objeto direto)

Encontrei a garota passeando pelo shopping.
Encontrei-passeando pelo shopping. 
(objeto direto)

* Os pronomes o(s), a(s) assumem as formas lo(s), la(s), após as formas verbais terminadas em “r”, “s” ou “z”, bem como depois da partícula “eis”:

Eis a presente afirmação, portanto.
Ei-la, portanto.
Devo analisar esse caso o quanto antes.
Devo analisá-lo o quanto antes.
Consideramos louvável a sua atitude.
Consideramo-la louvável.
Fiz as tarefas apressadamente.
Fi-las apressadamente.
* Em se tratando de complemento verbal, o pronome “lhe” sempre funciona como objeto indireto.

Entregamos-lhe as encomendas. 
(objeto indireto – entregamos a quem?)

* Os pronomes nos, vos e se, no sentido de indicarem ação mútua, denominam-se recíprocos:

Todos nós, fiéis assíduos, demo-nos as mãos.
Os formandos saudaram-se alegremente.

Umas questões da Prova de 2013 ENEM

Questão Exemplo de Geografia

Questão 34 – Enem 2013
Embora haja dados comuns que dão unidade ao fenômeno da urbanização na África, na Ásia e na América Latina, os impactos são distintos em cada continente e mesmo dentro de cada país, ainda que as modernizações se deem com o mesmo conjunto de inovações.
ELIAS, D. Fim do século e urbanização no Brasil. Revista Ciência
Geográfica, ano IV, n. 11, set./dez. 1988.
O texto aponta para a complexidade da urbanização nos diferentes contextos socioespaciais. Comparando a organização socioeconômica das regiões citadas, a unidade desse fenômeno é perceptível no aspecto
a) espacial, em função do sistema integrado que envolve as cidades locais e globais.
b) cultural, em função da semelhança histórica e da condição de modernização econômica e política.
c) demográfico, em função da localização das maiores aglomerações urbanas e continuidade do fluxo campo-cidade.
d) territorial, em função da estrutura de organização e planejamento das cidades que atravessam as fronteiras nacionais.
e) econômico, em função da revolução agrícola que transformou o campo e a cidade e contribuiu para fixação do homem ao lugar.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS
Alternativa C
África, Ásia e América Latina apresentam tanto semelhanças quanto diferenças socioeconômicas, principalmente por estarem atreladas a uma característica comum: a maioria de seus territórios forma colônias europeias. Como a resposta é relacionada à questão demográfica, devemos nos ater às questões relativas à geografia de populações e urbana.
Em um primeiro momento, o comportamento demográfico dos países integrantes dos continentes em questão é típico de países subdesenvolvidos: altas taxas de natalidade e de mortalidade. Tanto nascimento quanto óbito estão relacionados com problemas de saúde e educação: por falta de acesso à métodos contraceptivos e educação sexual, as mulheres engravidam precocemente e, ainda por problemas estruturais de saúde, as pessoas são carentes em relação ao atendimento hospitalar, falecendo por doenças facilmente sanáveis em países com realidade diferente. Os casos de óbito mais numerosos em países com essa realidade de subdesenvolvimento são, na maioria das vezes, de patologias infectocontagiosas (doenças tropicais, AIDS/HIV, tuberculose, etc). Ainda em relação à expectativa de vida, vale ressaltar que os jovens, pelas altas taxas de desemprego, acabam por se envolver com ações criminosas ou ainda acometidos pelas guerras civis, caso típico da África, que ceifam a vida da juventude. Desta forma, a pirâmide etária apresenta comportamento de base larga e topo estreito, ou seja, muitas crianças e jovens e poucos idosos.
(http://p-etaria.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html)
(http://p-etaria.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html)
O diagnóstico populacional elaborado anteriormente apresenta o cenário de países em estágio de fase pré- transicional demográfica. Porém, encontramos outras nações com melhores indicadores socioeconômicos, que são os casos do acrônimo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Estes se encontram em processo de transição demográfica plena, ou seja, as taxas de mortalidade têm caído drasticamente (principalmente as de mortalidade infantil), assim como uma leve, porém gradual, queda das taxas de natalidade.
Em relação às aglomerações urbanas, o processo de urbanização destes casos é a do tipo tardia ou recente. Em razão do recente processo de urbanização, houve problemas sérios de infraestrutura e planejamento para comportar a população que migrou do campo em razão da transformação das técnicas. Desta forma é possível traduzir a última parte da resposta, “continuidade do fluxo campo-cidade”, em razão do êxodo rural e consequente processo de inchaço urbano.

Questão Exemplo de Matemática

Questão 154 – Enem 2009
A rampa de um hospital tem na sua parte mais elevada uma altura de 2,2 metros. Um paciente ao caminhar sobre a rampa percebe que se deslocou 3,2 metros e alcançou uma altura de 0,8 metro. A distância em metros que o paciente ainda deve caminhar para atingir o ponto mais alto da rampa é
A) 1,16 metros.       B) 3,0 metros.            C) 5,4 metros.      

D) 5,6 metros.        E) 7,04 metros.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS
Alternativa D
Para resolver a questão, vamos esboçar a rampa e as distâncias descritas no enunciado:
Pelo desenho podemos identificar uma semelhança de triângulos e, portanto a seguinte relação pode ser estabelecida:
Uma solução alternativa é identificar a razão entre a hipotenusa e o cateto do triângulo menor que é 3,2 : 0,8 = 4.
Pela semelhança, a proporção para o triângulo maior será mantida e a sua hipotenusa será: 2,2 x 4 = 8,8 m.
Logo o valor procurado será: 8,8 − 3,2 = 5,6 m .
Comentário: Para a resolução é fundamental que o aluno perceba que a questão refere–se a dois triângulos retângulos e à semelhança entre eles. Uma forma de fazê–lo seria através da construção de um desenho. Feito isso a próxima etapa seria montar a proporção e resolvê–la.
Conteúdo envolvido: Semelhança de triângulos.

Questão Exemplo de Química

Questão 84 – Enem 2010
Ao colocar um pouco de açúcar na água e mexer até a obtenção de uma só fase, prepara-se uma solução. O mesmo acontece ao se adicionar um pouquinho de sal à água e misturar bem. Uma substância capaz de dissolver o soluto é denominada solvente; por exemplo, a água é um solvente para o açúcar, para o sal e para várias outras substâncias. A figura a seguir ilustra essa citação.
Disponível em: www.sobiologia.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010.
Disponível em: www.sobiologia.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010.
Suponha que uma pessoa, para adoçar seu cafezinho, tenha utilizado 3,42 g de sacarose (massa molar igual a 342 g/mol) para uma xícara de 50ml do líquido. Qual é a concentração final, em mol/l, de sacarose nesse cafezinho?
A) 0,02                    B) 0,2                C) 2           D) 200                E) 2000

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS
Alternativa B
A concentração pedida é em mol/L. Portanto, o primeiro passo é calcular quantos mols de sacarose tem-se na quantidade fornecida (em gramas).
 
O segundo passo é obter a proporção para 1 L (1000 ml)
 
Portanto a concentração é de 0,2 mol/L.
Comentário: Observe que não foram necessárias fórmulas para a resolução desta questão – foi possível utilizar apenas regra de três e raciocínio lógico como ferramentas.
Conteúdo envolvido: Concentração de soluções.

Questão Exemplo de Biologia

Questão 70 – Enem 2013
No Brasil, cerca de 80% da energia elétrica advém de hidrelétricas, cuja construção implica o represamento de rios. A formação de um reservatório para esse fim, por sua vez, pode modificar a ictiofauna local. Um exemplo é o represamento do Rio Paraná, onde se observou o desaparecimento de peixes cascudos quase que simultaneamente ao aumento do número de peixes de espécies exóticas introduzidas, como o mapará e a corvina, as três espécies com nichos ecológicos semelhantes.
PETESSE, M. L.; PETRERE JR., M. Ciência Hoje, São Paulo, n. 293, v. 49, jun. 2012 (adaptado).
Nessa modificação da ictiofauna, o desaparecimento de cascudos é explicado pelo(a)
a) redução do fluxo gênico da espécie nativa.
b) diminuição da competição intraespecífica.
c) aumento da competição interespecífica.
d) isolamento geográfico dos peixes.
e) extinção de nichos ecológicos.
 
RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS
Alternativa C
O tema dessa questão é Ecologia, mais especificamente trata de como as espécies invasoras são prejudiciais às espécies nativas em um determinado ambiente.
Com frequência as espécies exóticas são introduzidas em um ambiente pelo homem sem que haja um estudo adequado sobre as mudanças que o ecossistema sofrerá com essa ação. A literatura está repleta de exemplos mal sucedidos de introdução de espécies exóticas, muitas vezes bem intencionadas, mas com um final desagradável para o meio- ambiente. Um desses exemplos é o caramujo africano, introduzido no Brasil para a criação, como substituto do caramujo usado no prato típico francês: escargot. A carne do caramujo africano não foi bem aceita e os criadores soltaram os animais no ambiente, sem nenhum tipo de estudo sobre a viabilidade e consequências dessa ação.
No exemplo da questão, dois peixes exóticos, a corvina e o mapará, foram introduzidos no Rio Paraná e levaram à diminuição de uma espécie nativa, o cascudo. Nesse contexto, podemos especular que a presença dos dois invasores gerou uma competição por alimento entre as espécies (interespecífica), uma competição por nicho ecológico e provavelmente, os peixes exóticos foram bem- sucedidos por não apresentarem predadores naturais nesse ambiente.