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29 de agosto de 2010
Tema de redação 2010
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Leitura - Leis e Normas
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23 de agosto de 2010
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Tema de redação 2010
Leitura - As traças e o Avatar
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A conclamação de Brizola me acompanhou até o elevador. Senti-me melancólico. Fui pesquisar no jonal do Basil de 1991, poucos dias antes do anúncio de que o JB em papel deixaria de circular. A cada caderno da coleção mensal que pedia, a mesa ia se enchendo de traças. Andavam, paravam,faziam-se de mortas. Uma família de traças devorava a coluna de João Saldanha num canto do jornal. A memória alimentava os bichinhos. O que Saldanha será capaz de fazer no metabolismo de uma traça.
Saí de novo pelos fundos, o Brizola continuava discursando, e pensei se algum adolescente seria capaz de identificar uma daquelas máquinas. Os equipamentos de hoje, o Ipad, o Ipod, o Smartphone, o Kindle irão um dia parar em museus? Que estranhamento provocarão em um guri daqui uns 30 anos.
Uma semana depois fui conversar sobre jornalismo com alunas do Ensino Médio do instituto Estadual de Educação Pedro Schneider se São Leopoldo. Era a semana de comunicação do Pedrinho. Juntaram numa sala 50 gurias do magistério. Muitas chupavan pirulitos. Temi pelo pior. Como conseguiria falar com aquelas adolescentes? O que seria de mim quando o pirulito acabasse?
Fui indo. Dizia para mim mesmo: interação, esse é o segredo. E fui. Falamos de jornal, de texto, de leitura, até que chegamos ao mundo delas, o mundo virtual. Descobri que poucas usam o orkut. É antigo. Que muitas não curtem o Twitter, é coisa de velho. Que não usam mais o icq, só o msn, eque quase todas se comunicam pelo facebook. Quis saber se alguma delas teve um avatar na internet. Avatar? Só uma sabia o que era.. A menina explicou para as colegas do que se tratava e ouviu uma murmurar: mas que bobagem.
O pirulito terminou e a conversa rolou por mais de uma hora. Remocei com a vivacidade daquelas adolescentes. Voltei para o jornal e fui investigar no Google quando ocorreu o pico do Avatar, que chamavam Second life. foi em 2007. Todo mundo tinha uma segunda vida paralela, com fazendas, amigos ricos. O seu duplo na internet faria o que não fazia ou não tinha na vida real. Os avatares do Grêmio venciam o Ceará de goleada.
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E aí você se pergunta nós, da geração do papel, somos muito mais sensíveis?
Paulo Santana
20 de agosto de 2010
Tema de redação 2010
Leitura... Os homens errados
Vestibular na UFRGS Antenem-se
PROVAS - 09/o1 - física, literatura e língua estrangeira
10/01 - língua portuguesa e redação
11/01 - biologia, química e geografia
12/o1 - história e matemática
NÃO ESQUEÇAM
Devem chegar às 8 horas nos locais das provas com identidade e caneta azul ou preta
SUCESSO, GURIZADA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
19 de agosto de 2010
De qual direito estamos falando? Leitura gurizada!!!!!!!
18 de agosto de 2010
Redação classificada concurso ZH
Redações classificadas concurso ZH
Redações nota dez concurso ZH
12 de agosto de 2010
Enem mais forte na UFRGS
11 de agosto de 2010
A dissertação do concurso Zero Hora
A dissertação do concurso Zero Hora
Concurso Zero Hora
ENEM
10 de agosto de 2010
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5 de agosto de 2010
2 de agosto de 2010
Inscrições na UFSM 02/08 a 10/09
Vocês sabem ler...ler...ler....
BARBÁRIE NO IRÃ
O mundo tenta salvar uma mulher
Acusada de adultério, iraniana foi condenada à morte por apedrejamento, método de execução agora alterado para enforcamento
– Quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Dessa forma, conta a Bíblia, Jesus desafiou um grupo de pessoas e as convenceu a não matar a pedradas uma mulher adúltera, como estavam prestes a fazer. As cenas, embora ambientadas 2 mil anos atrás, são bastante atuais. No lugar de Jesus, porém, são anônimos, políticos e celebridades de todo o mundo a bradar pela vida de Sakineh Mohammadi Ashtiani, uma iraniana condenada pela Justiça de seu país, em pleno século 21, a morrer apedrejada.
Aos 43 anos, Sakineh é acusada de cometer adultério com dois homens e, desde maio de 2006, divide uma cela com outras 25 mulheres acusadas de homicídio na prisão de Tabriz, no noroeste do Irã. Originalmente, ela havia sido sentenciada a receber 99 chicotadas (o que já foi executado), mas seu caso foi reaberto quando a Justiça iraniana a acusou de ter matado o marido. Ela foi inocentada desse crime, mas a pena relativa ao adultério foi revista, e a iraniana acabou sentenciada à pena capital, em 2007.
– Durante o trajeto de 15 minutos até o tribunal, ela estava apenas preocupada com os filhos, mas não estava esperando nada perto de apedrejamento. Por dias, ela parecia um fantasma, vagando em choque, mas quando voltou a si, só chorava. Eu não a vi sem chorar até o último dia em que passei com ela na prisão – relatou a ativista política Shahnaz Gholami, antiga companheira de prisão de Sakineh.
Documentos obtidos pelo Comitê Iraniano contra o Apedrejamento mostram que dois dos cinco juízes que trataram do caso de Sakineh concluíram não haver evidências de adultério.
– É chocante. Ela foi sentenciada a morrer apedrejada porque três juízes acham, apenas acham, que ela teve um relacionamento fora do casamento – disse Mayram Namazie, do comitê.
O anúncio de que a aplicação da pena poderia ser iminente despertou uma grande mobilização internacional, e países como França, Grã-Bretanha e EUA criticaram a decisão de Teerã. Um abaixo-assinado aberto há cerca de um mês na internet deu impulso mundial à campanha. O documento conta com mais de 540 mil assinaturas. Diante de tanta exposição, as autoridades iranianas mudaram o método de execução, para enforcamento. Os prisioneiros no corredor da morte são informados de quando serão mortos somente pouco antes da execução, aumentando seu sofrimento e o da família. Às vezes, seus advogados não são informados sobre a data com 48 horas de antecedência, como determina a lei iraniana.
Após proibir os filhos de Sakineh de falar com a imprensa e impedir a mídia do país de repercutir o caso, o governo do Irã foi atrás do advogado da iraniana, o conhecido ativista dos direitos humanos Mohammad Mostafai. Ele está desaparecido desde o início da semana, após as autoridades de Teerã terem emitido um mandado de prisão contra ele.
Desde 2006, sete mulheres morreram por apedrejamento
Mesmo que o apedrejamento tenha sido suspenso, Sakineh não era a única nesta situação no corredor da morte iraniano – ao menos 11 pessoas estão na fila para serem apedrejadas no Irã, oito delas mulheres, segundo a Anistia Internacional. Desde 2006, sete mulheres foram mortas dessa forma no país.
A retirada do apedrejamento do sistema legal iraniano é uma reivindicação de longa data, inclusive da parte de alguns líderes religiosos, que consideram esse método de execução prejudicial à imagem do Islã. Sob o governo de Mahmoud Ahmadinejad, contudo, a violação dos direitos humanos no Irã só piorou, uma vez que a ala mais conservadora tomou conta do Judiciário, garante a advogada e ativista de direitos humanos Mehrangiz Kar, que durante 22 anos advogou no Irã:
– O apedrejamento surgiu no Irã como método de execução penal apenas em 1979, com a Revolução Islâmica. Antes disso nunca houve um caso de apedrejamento em nosso país, ao contrário do que muitas pessoas possam pensar.
Nesta sexta-feira, o Comitê Iraniano contra o Apedrejamento divulgou mensagens de Sakineh, agradecendo ao mundo pela mobilização em seu favor. Ela também compartilhou seu pesadelo:
– Todas as noites antes de dormir, eu penso: quem vai jogar as pedras em mim?
Fonte Zero Hora
Leitura gurizada
Vidros Embaçados
Chegou a vez de Rodaika, a representante feminina do Pretinho Básico, dar suas impressões sobre o inverno
Nessa última semana das férias de julho, Zero Hora convidou os integrantes do programa Pretinho Básico, da Rádio Atlântida, a contar suas lembranças do inverno, quaisquer que fossem, boas ou ruins. Rodaika fecha a série:
Primeiro foi um estrondo forte, depois um grito. Corri pelo corredor que ligava a sala da TV à cozinha, escorregando pelo piso de parquê com minhas meias grossas de lã. Uma nuvem de fumaça não permitia que eu enxergasse o que estava acontecendo, mas sabia que era grave.
Tinha só seis anos, mas aquela imagem, o cheiro que vinha com ela e o medo que eu senti nunca saíram da minha cabeça. Na cozinha estava minha mãe, meu irmão e a senhora que trabalhava lá em casa. No fogão, uma panela de pressão com o feijão que seria servido no almoço. Não deu tempo.
Era inverno, muito frio e os dias dali em diante seriam mais frios ainda. A explosão da panela de pressão feriu gravemente minha mãe – que num ato lúcido e heroico conseguiu livrar meu irmão das queimaduras. Mas o incidente causou mais do que isso. De repente a família se separou.
Eu já estava na primeira série, meu irmão na pré-escola. Fomos divididos entre as casas das duas avós, e o meu pai passou a ser uma figura distante. Estava completamente atordoado com a gravidade do estado da minha mãe, passando por várias cirurgias no hospital. Foi um choque pra todos.
A situação me deixou muito triste. Lembro da saudade que sentia da minha mãe, do meu pai, da nossa rotina. Da vontade que eu tinha de estar também na casa da outra avó e, assim, poder brincar com meu irmão.
Os dias foram passando e eu encontrando formas de aliviar a falta que a família reunida fazia. Da janela do quarto da vó Lúcia eu via lá longe, as montanhas, teoricamente próximas da casa da outra vó, a Maria. Já pela janela da sala eu via os prédios mais distantes, que ficavam do mesmo lado da nossa casa. Assim, passava as tardes entre as duas janelas na tentativa de me sentir mais próxima dos meus pais e do meu irmão.
Aí veio a descoberta: o frio lá fora e a minha respiração quente do lado de dentro faziam com que os vidros ficassem embaçados e, logo, eu passei a desenhar ali os meus desejos.
E lá ficavam os registros da minha saudade. Era só soprar quente e bem forte para eles aparecerem.
Mandava beijos pro meu irmão, fazia coraçõezinhos pra minha mãe e acertava as letras do nome do meu pai, que a vó ditava lá da cozinha. Naquela casa eu podia escrever e desenhar o quanto eu quisesse nos vidros embaçados.
Foram alguns meses assim. Colégio de manhã – pra onde eu ía sozinha toda orgulhosa enfrentando as seis quadras a pé e toda empacotadinha com touca, luvas, manta e polainas de lã.
À tarde, os vidros embaçados – que com o frio e a umidade daquele inverno tinham cada vez mais espaço pros meus sonhos disfarçados de desenhos. Sim, já não era mais só a saudade o motivo dos meus desenhos.
Lembro de, naqueles vidros, ter escrito sozinha meu nome inteiro direitinho pela primeira vez. Desenhava nossa casa que seguia lá esperando a volta da família. Adorava rabiscar os aviões que me levariam para lugares distantes quando eu fosse “bem grande”. E hoje lembro que naqueles vidros também desenhei muitos microfones, meu brinquedo preferido na infância. Dali mesmo, com a paisagem fria do inverno lá fora, eu podia entrevistar minha avó sempre com as mesmas perguntas: “Falta muito pra minha mãe sair do hospital, vó?”
“Será que o pai vem me ver hoje?”
Eu só queria que chegasse a hora de tudo voltar ao normal, mas no fundo também curtia muito poder rabiscar à vontade os vidros embaçados da casa da avó.
E assim se foi aquele inverno. O frio diminuiu, meu sopro já não era mais tão quente e, finalmente, minha mãe ficou boa e a família voltou pra casa. Aí eu cresci e descobri que os sonhos de menina que desenhei naqueles vidros embaçados poderiam virar realidade e me acompanhariam durante muitos anos.
Ah, os vidros embaçados... Fizeram das piores as melhores lembranças daquele inverno.
ZERO HORA
1 de agosto de 2010
Uma crônica ...leitura...gurizada
Ranhento é sinônimo de guri em dia frio
Nesta última semana das férias de julho, Zero Hora convidou os integrantes do programa Pretinho Básico, da Rádio Atlântida, a contar suas lembranças de inverno. Para uns, o frio é ótimo, para outros nem deveria existir. Mas recordações do frio, boas ou ruins, todos têm. Até amanhã eles esquentam este espaço com suas impressões. O sétimo da série é Potter:
“Tira o dedo do nariz, guri!” Brado da minha mãe. No Alegrete, atirado na calçada onde ficava cuspindo com os amigos depois de uma pelada, com goleiras feitas de pedra. Na rua, entre os carros, nos paralelepípedos. No corpo, uma calça de abrigo, uma camiseta de campanha de vereador e um moletom encardido.
Jogar bola com o minuano batendo, rengueando cusco, é o inverno da minha lembrança. Bueno, menti. Feio. Mentira das grandes. Inverno pra mim é algo que vai fazer muita gente – fresca! – parar de ler esse texto. Porque sabes tu, menina?! Tem muita gente cheia de frescura folheando essas páginas. Seguinte: inverno me lembra ranho.
Isso mesmo: monco, tatu, muco, catarro. Porque quando se é guri que vive na rua pedalando, jogando taco, mexendo com a gostosa da vizinha que volta da aula de inglês sempre às 18h39min da tarde, o nariz vira uma cachoeira. E claro: não fui criado em apartamento. Boco de bolita é na terra. Águedas só rolavam no chão da rua. No carpete, é coisa de veado (desculpas: homossexuais. O mundo agora é politicamente correto, hunpf).
Pero, volvendo, guri que é guri tem aquele caminho de ranho petrificado no lugar do bigode. A coriza escorre e congela. Dolo do frio. Ele é que petrifica. Certamente porque nessa época, o homem pouco se preocupa com a mulher. Ela é a culpada do nascimento da vaidade masculina. Do primeiro Amor Gaúcho. Da primeira “prestada de atenção” no rótulo do xampu. Do primeiro creme rinse.
Nessa época, a maior preocupação é a bola. “O Luisinho comprou uma bola nova, gurizada!” Beleza! Todo o cuidado com o Luisinho. Agora, ele é o dono da rua. Dono do jogo. E o bom era que o Luisinho deixava a bola quando a mãe o chamava pra fazer “os dever”.
Mas, e o ranho? Ele é o símbolo do frio. É o símbolo da criação interiorana. É o ônus da falta de coberta, do furo na casa pobre. Do vento que uiva nas frestas. Da orelha que não se sente. Se passa frio no sul do Brasil. Mas pra alguns, o inverno é sem ranho. Já viu uma criança ranhenta no Moinhos de Vento?
Eu nasci chorando, não no Moinhos, mas tive sorte. Três cobertores me acalentavam. As paredes de concreto deixavam o minuano lá fora. Mas, de tudo isso, a única coisa que ainda permanece viva depois de três décadas é algo singelo, que especialistas dizem que até saudável é: continuo enfiando o dedo no nariz. Com gosto. Com um estranho prazer.
FONTE ZERO HORA